PUBLICIDADE

documentos-do-bc-mostram-que-bases-do-pix-foram-lancadas-em-2018

Banco Central intensifica segurança do Pix com novas regras para barrar fraudes

Medidas de autenticação reforçadas e registros inéditos de golpes elevam o alerta sobre o sistema de pagamento instantâneo

O Banco Central do Brasil lançou em março de 2025 novas regras para o Pix com o objetivo de conter fraudes digitais e aumentar a confiança no sistema de pagamento instantâneo. Entre as medidas estão a proibição de cadastro de chaves vinculadas a CPFs ou CNPJs em situação irregular e a exigência de uso de dispositivos previamente cadastrados para autorizar transações acima de valores definidos.

Dados da Serasa Experian mostram que, no primeiro trimestre de 2025, o país registrou 3,4 milhões de tentativas de fraude, um aumento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mais da metade dos brasileiros adultos afirmam já ter sido vítimas de golpes, e 54% relataram prejuízo financeiro. Segundo o Banco Central, as perdas com fraudes no Pix cresceram cerca de 70% em 2023, somando R$ 4,9 bilhões.

Luis Molla Veloso, especialista em Embedded Finance e integração de serviços financeiros em jornadas digitais, explica que o crescimento das tentativas de fraude exige respostas proporcionais. “A escala do Pix demanda segurança contínua. As novas regras de autenticação são relevantes, mas o monitoramento comportamental e a validação de dispositivos são fundamentais para combater a engenharia social usada por criminosos”, afirma.

As instituições financeiras participantes do sistema deverão adotar, até novembro de 2025, mecanismos de gestão de risco capazes de identificar transações fora do padrão do cliente e revisar periodicamente as marcações de fraude nos cadastros. Essas exigências visam aumentar a detecção precoce de movimentações suspeitas e reduzir a abertura de contas com dados falsos.

Para os usuários, especialistas reforçam a importância de medidas simples, como verificar o nome e o CPF ou CNPJ do destinatário antes de enviar o pagamento, ativar a autenticação em dois fatores, evitar realizar transações em dispositivos públicos e desconfiar de mensagens que peçam transferências urgentes. Em caso de golpe, a orientação é registrar boletim de ocorrência e acionar imediatamente o banco para solicitar bloqueio dos valores pelo Mecanismo Especial de Devolução (MED), criado pelo Banco Central.

Apesar de o MED permitir recuperar o dinheiro em parte dos casos, levantamento recente mostra que apenas 5% das vítimas de golpes com Pix sabem que esse recurso existe e como utilizá-lo.

Para Veloso, o desafio do sistema é equilibrar agilidade e segurança. “A tecnologia cria barreiras cada vez mais eficientes, mas o usuário ainda é o elo mais vulnerável. A educação digital é tão importante quanto a inovação regulatória para garantir a integridade do Pix e a proteção de todos os envolvidos”, conclui o especialista.

Mais recentes

PUBLICIDADE

Rolar para cima
×

Converse com nosso time no WhatsAPP

× O Metro BH