Cultura e Entretenimento

ÁFRICA: ORIGENS

MICROSSÉRIE AUDIOVISUAL TRAZ MITOS E BRINCADEIRAS ANCESTRAIS DO CONTINENTE AFRICANO

Nova temporada de “ÁFRICA: ORIGENS – Novas histórias” valoriza a diversidade cultural do continente, combatendo estereótipos e convidando o espectador a “brincar como se brinca lá”.

No mês da Consciência Negra, a poeta, atriz, palhaça, educadora e contadora de histórias Jéssica Tamietti, lança “ÁFRICA: ORIGENS – Novas histórias”. A microssérie documental celebra a riqueza dos mitos etiológicos africanos — aqueles que explicam a origem das coisas. O projeto, em sua segunda temporada, disponibilizará um episódio por dia entre os dias 17 e 20 de novembro de 2025 (Dia da Consciência Negra) no canal do YouTube da artista, onde já está disponível a 1ª temporada, que estreou em 2024 e conta mitos etiológicos de Gana, Angola, Tanzânia e Quênia (https://www.youtube.com/@JessicaTamietti).

Viabilizado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) – Edital nº 08/2024, número ID 6391–, o projeto conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais/Governo de Minas Gerais, e realização por meio do Ministério da Cultura e o Governo Federal.

A nova temporada da microssérie é composta por quatro vídeos de cinco a sete minutos cada, que trazem mitos de quatro países: Zimbábue, Nigéria, Egito e Namíbia. Em cada episódio, a contadora de histórias Jéssica Tamietti narra um mito fundador de um povo ou país, seguido pelo quadro “Como será que se brinca lá?”, onde é ensinada uma brincadeira típica de cada um dos países relacionados às histórias, convidado o espectador a se tornar um colaborador da obra ao brincar e compartilhar os saberes aprendidos.

O primeiro episódio traz a origem do mundo do povo Shona, que fundou o Zimbábue e o Tsoro Yematatu, um jogo de tabuleiro originário deste país, que consiste em alinhar três peças da mesma cor em linha reta, semelhante ao nosso jogo da velha. No segundo, a origem das nuvens e das estrelas do povo Iorubá e a música Bàtà mi á dún ko ko kà, da Nigéria, muito usada com crianças para ensinar ritmo, canto e também o valor de estudar. No terceiro episódio, a origem dos humanos e a brincadeira o Silêncio é de ouro, do Egito; e por último a origem das listras da zebra dos Bosquímanos, povo que habita o Deserto do Kalahari na Namíbia e a brincadeira Chukulu, que lembra a nossa “Cinco Marias”, porém com mais pedrinhas e desenvolve habilidades como atenção, concentração, coordenação motora e noção de espaço e tempo.

Ancestralidade e Reflexão Diásporica

O projeto nasceu da pesquisa de Jéssica Tamietti, que desde 2010 conta histórias de mitologias. Segundo ela, a ideia surgiu como uma ferramenta para divulgar e valorizar os contos ancestrais que integram a cultura afro-brasileira. “Trabalhando como professora de história na pandemia, percebi que faltavam trabalhos focados em histórias africanas, de qualidade, com uma pegada mais lúdica e ao mesmo tempo didática. E a paixão por mitos etiológicos vem de longa data, então resolvi unir o útil ao agradável e me lancei no primeiro projeto audiovisual profissional. Acredito que a união dessa longa história como contadora à prática pedagógica gera um diferencial que permite compreender com maior profundidade a relação entre aprendizado, mídia, arte e suas influências no dia a dia dos alunos.”

A origem familiar de Jéssica é marcada pela miscigenação comum entre os brasileiros: seu pai é negro, descendente do povo Bantu e bisneto de indígena. Os bisavós de sua mãe eram italianos, e vieram para o país para participar da construção da capital mineira. A artista conta que o lançamento da microssérie é também uma forma de homenagear e recuperar histórias que foram perdidas, não foram contadas ou foram silenciadas e que também representam a sua ancestralidade.

Para Jéssica, a ideia é continuar a mostrar a diversidade do continente africano e a riqueza cultural de seus mitos e brincadeiras, além de fortalecer a implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas do Brasil.

“Precisamos valorizar nossas origens, estudá-las, entendê-las, refletir sobre elas e seus impactos na cultura, e dessa forma difundi-las, ampliando este conhecimento e rompendo com “verdades culturais” e estereótipos há muito tempo estabelecidos, e pouco relacionados à nossa realidade cultural ancestral”, finaliza.

Além do lançamento da microssérie, serão realizadas no mês de dezembro duas oficinas de 3 horas cada sobre Audiovisual para os adolescentes atendidos pelo CRAS Vila Cemig parceiro do projeto.

Sobre Jéssica Tamietti

Jéssica Tamietti é atriz, palhaça, educadora, contadora de histórias e escritora. Graduada em Pedagogia pela UNIBF (2023), em Letras pela UFMG (2014), formada em teatro no Teatro Universitário UFMG (2007), mestre em Estudos Literários na UFMG (2017), é professora da rede particular de ensino, além de desenvolver um trabalho solo de narração e pesquisa de histórias de mitologias diversas.

Ficha técnica

Atuação, roteiro e concepção de figurino: Jéssica Tamietti

Direção: Marina Barros

Assistência de direção: Gabriel Beltrão

Produção audiovisual e legendagem: Pato Filmes

Direção de Arte: Rômulo de Almeida

Animação, design e trilha sonora: Jackson Abacatu

Intérprete de LIBRAS: Jonnathan Galvão

Roupa: Meu Ohun

Maquiagem: Carol Viveiros

Gestão: Marcelo Arcanjo

Produção: JTACultural