A LÍNGUA DE FOGO

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Estreia “A Língua do Fogo” – solo autoficcional do ator Vinícius de Souza 

Com uma comunicação envolvente e direta com a plateia, e inspirações na literatura do argentino Jorge Luís Borges, o trabalho passeia, de forma labiríntica e fragmentada, por temas como pertencimento, identidade e memória, no Brasil dos anos 90. A direção é de Paulo André (Grupo Galpão) e de João Marcelo Emediato.

Como se constrói — e como se desfaz — a identidade de uma pessoa? Essa é a pergunta que conduz a trama de “A Língua do Fogo” – monólogo de autoficção do ator e dramaturgo Vinícius de Souza, que estreia no dia 13 de setembro, sábado, às 20h, no Teatro de Bolso do Centro Cultural SESIMINAS. Ambientado no Brasil dos anos 90, no contexto da formação das cidades industriais e do neocolonialismo latino-americano, o trabalho fala sobre memória, identidade e pertencimento, partindo de experiências vividas pelo artista em sua infância, no subúrbio de Contagem (MG). Na fronteira entre o sonho e o real, o trágico e o cômico, o familiar e o estranho, o íntimo e o coletivo, a peça convida o espectador a atravessar o palco como quem atravessa um labirinto. A direção é de Paulo André (Grupo Galpão) e João Marcelo Emediato.

“A Língua do Fogo” fica em cartaz, em curta temporada, nos dias 13, 14 e 15 de setembro, de sábado a segunda, às 20h, no Teatro de Bolso do Centro Cultural SESIMINAS BH, dentro da Mostra de Criações do Festival Sesi em Cena. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) e já estão à venda na plataforma Sympla ou na bilheteria do teatro. A classificação indicativa é 16 anos. Duração: 60 minutos. A sessão de sábado (dia 13/09) conta com intérprete de Libras.

“Borges já dizia que nenhum ser humano é capaz de olhar para a luz do fogo sem um assombro antigo. Quando olhamos para o fogo, de um isqueiro ou de um incêndio, parece que olhamos para o nosso próprio passado, temos os olhos daqueles que o viram pela primeira vez. Para a nossa espécie, há algo de iniciático no fogo. E, no fundo, a peça é sobre a iniciação de um personagem, as suas primeiras imagens, as figuras e situações que o formaram”, contextualiza o ator e dramaturgo Vinícius de Souza, hoje um dos nomes de destaque da cena teatral mineira, responsável pela direção de importantes artistas e grupos, dentre eles o Grupo Galpão, e indicações a prêmios como APCA e Shell.

Na peça, Vinícius interpreta um professor, que no meio de sua aula, esquece o próprio nome. Esse esquecimento, que parece banal, implode a ordem racional da realidade e inaugura um espaço onde o tempo é fragmentado, a linguagem se torna falha e o real se confunde com o sonho. Arrastado por esse lapso, o protagonista inicia uma travessia por cenas, vozes e paisagens de sua origem: uma rádio de bairro onde a mãe revela, ao vivo, sua história de vida; um amigo albino que se refugia do futebol no vestiário da escola; o jantar de família invadido pela figura do patrão japonês, que não fala a língua da casa; o tio poeta e alcoolista que percebe que virou fantasma na peça escrita pelo próprio sobrinho.

“Em todos os meus trabalhos, sobretudo quando assino a dramaturgia, as minhas memórias e experiências de vida estão sempre presentes, camufladas de ficção. Acontece que alguns trabalhos parecem exigir um pacto mais complexo e provocativo entre o real e o ficcional, o corriqueiro e o absurdo; como se a sua matéria prima morasse justamente nessa tensão”, comenta.

Após espetáculos como “O Maior Trem do Mundo” (2023) e “Os Terrestres” (2024), que exploraram o imaginário rural mineiro, Vinícius desloca agora seu olhar para a cidade, a formação dos grandes polos industriais, o chão de fábrica, os códigos corporativos estrangeiros e as migrações forçadas em busca de trabalho e melhores condições de vida, levando para a cena discussões contundentes sobre violência estrutural, apagamento histórico, resiliência familiar e desejo como forma de reinvenção.

“Esses temas que marcam em definitivo a minha experiência de vida e a história dos meus antepassados, parecem exigir que eu, como performer, assuma a mim mesmo no palco, fazendo do espaço teatral um lugar de fabulação desse contexto que é pessoal, mas também coletivo. Uma escolha também estética, já que ao lançar o espectador nesse tipo de jogo, a experiência teatral também passa a ter contornos mais borrados, ambíguos, confusos, que é exatamente o modo como eu vivo a história que estou contando!”, destaca.

Em “A Língua do Fogo”, as histórias e personagens da vida comum são atravessados pelos fantasmas coloniais da América Latina. Segundo o ator e dramaturgo Vinícius de Souza, foram criados com inspiração na paisagem onírica dos contos do argentino Jorge Luís Borges. “Tenho sido um leitor incansável do Borges. Já conhecia os contos mais famosos, mas, nos últimos anos, me dediquei mais profundamente à sua obra. A forma labiríntica dos seus textos, a fragmentação do tempo, o modo como os sonhos estão presentes nas narrativas e a perspectiva de que todas as coisas do mundo se relacionam entre si me fascinam e, sobretudo, me deram as chaves para reler a minha própria história e levá-la para o palco, de modo mais intrigante e sinuoso”, comenta.

A cena

Em “A Língua do Fogo”, a direção opta por uma cena minimalista, com recursos visuais simples e precisos: “O intuito é que cada momento se desenvolva sobretudo a partir da performance e fisicalidade do ator, luzes e sons, que surgem com precisão, sempre a serviço da imaginação do espectador”, comenta Vinícius. A direção de arte do espetáculo é assinada por Luiz Dias e, a iluminação, de Felipe Tristão.

A sonoridade do piano proposta pelo compositor e arranjador Davi Fonseca, contribui também para compor uma atmosfera de labirinto e sonho, ao longo da peça. “As músicas que foram compostas originalmente para a peça, amplificam as tensões, os mistérios e as emoções vividas pelas personagens. A sonoridade do piano dá também delicadeza e refinamento ao espetáculo”, destaca.

No palco, o público assiste a um ator polifônico que dá voz a diversas figuras, de modo intenso, muitas vezes cômico. Em uma das cenas, Vinícius encarna três personagens num diálogo dinâmico e envolvente. A partir de sua atuação altamente performática, com intensas modulações corporais e vocais, o artista submerge os espectadores em vários ambientes e atmosferas. A direção de movimento é de Rafael Batista e a preparação vocal de Ana Haddad.

“A Língua do fogo é um trabalho focado na presença e na capacidade do Vinícius de capturar o espectador. É um espetáculo muito pessoal e de muita coragem, tanto pela dificuldade técnica do que ele executa como ator, quanto pelo caráter de autoficção, de vulnerabilidade”, comenta o diretor João Marcelo Emediato, com quem, em 2017, Vinícius divide cena na peça “Os Indicados”, e, em 2019, assina a direção da peça “Montagem” – de formatura dos alunos do Palácio das Artes.

Para o diretor Paulo André, Vinícius é um artista múltiplo: “ator, diretor, dramaturgo, produtor, professor. Um performer dono do tempo e da linguagem a que ele se propõe. Pleno”, comenta. A parceria entre Paulo André e Vinícius também é antiga. Os artistas já trabalharam juntos em projetos do Grupo Galpão: a peça radiofônica “Quer ver escuta”, o filme “Éramos em bando”, a série “Muitos anos de vida” e o espetáculo “Cabaré Coragem”. Também dividiram a cena em “Três Tigres Tristes”, espetáculo escrito e dirigido por Vinícius, em cartaz desde 2015.

Ficha Técnica
Texto e atuação: Vinícius de souza

Direção: Paulo André e João Emediato

Trilha sonora original: Davi Fonseca

Direção de arte: Luiz Dias

Assistência de direção de arte e produção: Carol Manso

Iluminação: Felipe Tristão

Direção corporal: Rafael Batista

Aulas de voz: Ana Hadad

Arte gráfica: Filipe Lampejo

Assessoria de Imprensa: Bia França / Rizoma Comunicação

Vídeos de divulgação e foto do cartaz: Luana Abreu

Fotos de divulgação: Ethel Braga

Fotos do espetáculo: Igor Cerqueira

Realização: Planos Incríveis

Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

SERVIÇO

SESI EM CENA 2025 apresenta A LÍNGUA DO FOGO – Mostra Criações

Sinopse – Durante uma aula, um professor esquece o próprio nome. Para recuperá-lo, mergulha em lembranças fragmentadas de sua origem, revivendo cenas e figuras do passado. Como se constrói e como se desfaz a identidade de uma pessoa?

Temporada do espetáculo

13, 14 e 15 de setembro

Horário: sábado, domingo e segunda 20h

Local: Teatro de Bolso – Centro Cultural SESIMINAS BH

Endereço: R. Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia, Belo Horizonte – MG

Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)

Link de venda Sympla

Classificação 16 anos – Lugares sem marcação

Duração: 60 minutos

*Sessão com intérprete de Libras (dia 13/09)

Oficina

10 de setembro, das 19h às 22h, no Teatro de Bolso – Centro Cultural SESIMINAS BH

O artista, Vinícius de Souza, também conduzirá uma oficina gratuita sobre o processo criativo do espetáculo.

Inscrições abertas: acesse aqui o formulário

 

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