Agro: exportações brasileiras para os Estados Unidos registram queda de 31,3%
As exportações brasileiras do agronegócio para os Estados Unidos registram queda de 31,3%, o que representa US$ 973,1 milhões a menos na economia dos Municípios, quando comparado com o acumulado dos meses de agosto, setembro e outubro de 2024. Os dados são resultados de três meses de aplicação das sobretaxas pelos Estados Unidos.
Entre os setores mais afetados estão a cana-de-açúcar, produtos florestais, carne bovina e cafeicultura. O açúcar de cana em bruto praticamente deixou de ser exportado para os Estados Unidos. Nos três meses, o Brasil embarcou 231 milhões de toneladas a menos, resultando em perda econômica de US$ 111,3 milhões no período. A carne bovina in natura acentuou as perdas em outubro, passando a ser o setor mais impactado com o tarifaço, chegando a uma redução total de US$ 169,6 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior.
Na produção florestal, a exportação de celulose para os Estados Unidos apresentou forte retração em outubro de US$ 68 milhões, o que resultou em aumento das perdas no trimestre para US$ 137 milhões nas exportações. A venda de papel teve uma queda de US$ 36,7 milhões e o café verde exportou 36,9 milhões de toneladas a menos que no mesmo período anterior, o que representa uma perda de US$ 71 milhões para a economia dos Municípios.
Entre os Municípios mais afetados estão Imperatriz (MA), que apresentou uma queda de US$ 50 milhões, e Santa Cruz do Sul (SC), que registrou uma perda de US$ 44 milhões. Outros Municípios que apresentaram queda significativa nas exportações em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior foram Três Lagoas (MG), com redução de US$ 42 milhões; Campo Grande (MS), com perda de US$ 36 milhões; e Ituiutaba (MG), com queda de US$ 34 milhões.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) realizou um levantamento com Municípios exportadores e identificou que algumas prefeituras foram procuradas por produtores afetados pelas novas tarifas. “Os Municípios têm atuado para apoiar os produtores na busca por novos mercados. Para esses gestores, a principal preocupação está relacionada às possíveis perdas de empregos e à redução da arrecadação municipal. Qualquer redução de arrecadação significa menos dinheiro no Município e quem sofre não é só o gestor, mas principalmente a comunidade”, destaca o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.