BH pode perder R$ 1,2 bi para obras e clima por atraso na Câmara
A Prefeitura de Belo Horizonte corre risco de perder o prazo para contratar R$ 1,23 bilhão em empréstimos destinados a mobilidade urbana e meio ambiente. Quatro meses após o envio dos projetos, nenhum foi votado em plenário, enquanto parte significativa da pauta legislativa tem sido ocupada por propostas de costumes. As últimas sessões de novembro se encerram sem avanço, e a votação só poderá ocorrer em dezembro — limite para que os financiamentos sejam formalizados a tempo de valer em 2026.
Dois projetos já estão prontos para o plenário, entre eles o financiamento de 50 milhões de euros com a Agência Francesa de Desenvolvimento para o BRT da Avenida Amazonas. Já o empréstimo de R$ 500 milhões com o BNDES, fundamental para obras contra enchentes e ações do Programa BH Resiliente, segue parado na Comissão de Orçamento.
Segundo o relator Leonardo Ângelo (Cidadania), o volume de matérias exige análise “cuidadosa e responsável”. Mesmo com o atraso, a Prefeitura pode continuar as tratativas com os bancos e deixar a documentação pronta, o que permitiria assinatura imediata após a aprovação legislativa.
Também aguarda votação o financiamento de US$ 80 milhões com o BID para o Programa BH Verde Azul, que prevê revitalização de parques, corredores verdes e ações de enfrentamento às mudanças climáticas. Para serem aprovados, os projetos precisam de 28 votos em dois turnos.
A administração municipal alerta que a demora impacta cronogramas de obras consideradas estratégicas para reduzir enchentes, ampliar áreas verdes e melhorar a mobilidade em Belo Horizonte.