Campanha contra a privatização da Cemig e da Copasa

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Campanha popular mobiliza Minas Gerais contra privatização da Cemig e Copasa
Entidades sindicais e movimentos sociais organizam ações para alertar a população sobre os riscos da PEC 24/2023 e da venda das estatais mineiras

Belo Horizonte e diversas cidades do interior de Minas Gerais estão sendo palco de uma campanha popular contra a privatização da Cemig e da Copasa. A iniciativa é liderada por sindicatos como o Sindieletro-MG, Sindágua e Senge-MG, com apoio de entidades como a CUT-MG, Frente Mineira em Defesa do Serviço Público e mais de 30 organizações da sociedade civil.

Com uma agenda de atividades programada entre os meses de julho e agosto, a campanha inclui palestras, ações culturais e culminará em um Seminário Popular. O evento tem como objetivo ampliar o debate com a população sobre os impactos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, apresentada pelo governo de Romeu Zema (Novo), que visa facilitar a privatização de empresas públicas ao retirar a obrigatoriedade de consulta popular por meio de plebiscito.

Segundo o coordenador geral do Sindieletro-MG, Emerson Andrada, “entre os riscos reais da privatização estão o aumento das tarifas, a precarização dos serviços, o risco de apagões e a perda do acesso universal à água e energia, que são direitos do povo garantidos por lei”. A Copasa e a Cemig são consideradas empresas estratégicas e lucrativas. Em 2024, a Cemig registrou lucro líquido de R$ 7,1 bilhões, e a Copasa, R$ 1,32 bilhão, valores que contribuem significativamente para o financiamento de políticas públicas e programas sociais em Minas Gerais.

O presidente do Sindágua, Eduardo Pereira, afirma que a proposta agrava a desigualdade social. “A entrega desses serviços essenciais ao setor privado representa um sequestro dos direitos da população mais pobre. É uma questão de justiça social e sobrevivência”, diz.

Além disso, os organizadores denunciam que a PEC 24/2023, apelidada de “PEC do Cala Boca”, tenta eliminar o direito da população de se manifestar sobre o destino do patrimônio público, transferindo poder decisório exclusivo ao Legislativo estadual.

A campanha já está mobilizando a opinião pública: no portal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), onde a proposta tramita, mais de 12 mil pessoas se manifestaram. Dessas, 11.739 se posicionaram contra a privatização e apenas 317 a favor.

A sociedade é convidada a participar ativamente das discussões. A agenda de eventos será divulgada pelos canais oficiais das entidades organizadoras. “É fundamental que a população esteja informada e engajada. A água e a energia são bens públicos, essenciais à dignidade humana e ao desenvolvimento”, reforça Andrada.

 

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