Educar para o envelhecimento: o desafio do nosso tempo
Uma coalizão nacional de instituições lançou uma petição que propõe a inclusão do tema do envelhecimento nas diretrizes curriculares do ensino superior. A iniciativa tem como objetivo cumprir o Estatuto da Pessoa Idosa e preparar profissionais para lidar com uma sociedade marcada pelo envelhecimento acelerado da população. A proposta é apoiada por entidades de peso como o SESC, Senac, SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), Ashoka, universidades e organizações voltadas à longevidade. O Brasil conta hoje com mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais — número que representa 15,6% da população, de acordo com o Censo Demográfico de 2022. Em Belo Horizonte, esse grupo já corresponde a quase 20% da população. A petição, disponível em bit.ly/avaaz-envelhecimento-nas-diretrizes, visa combater o idadismo e o etarismo e garantir que a formação acadêmica aborde com seriedade os desafios e oportunidades da velhice plural. A iniciativa também se alinha à pesquisa de doutorado de Cássio Mota, orientada pelo Dr. Marcelo Rezende Pinto na PUC-MG, que investiga as vulnerabilidades no consumo alimentar de idosos em áreas urbanas. O estudo reforça a necessidade de políticas educacionais e sociais que considerem as especificidades da terceira idade, especialmente frente ao aumento da longevidade e à mudança no perfil demográfico. O Plano Nacional de Educação já determina que 10% dos créditos dos cursos de graduação sejam destinados à extensão com relevância social. Essa exigência fortalece o apelo para que o envelhecimento seja incluído de forma transversal nas matrizes curriculares, aproximando a formação universitária das reais demandas da população brasileira.
Segundo a SBGG, preparar os futuros profissionais para atender às necessidades da população idosa é essencial para garantir uma velhice digna, com mais acessibilidade, autonomia e qualidade de vida.