Flávio Bolsonaro aposta em virada e diz que mercado “vai se convencer” de sua candidatura

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Flávio Bolsonaro: “Mercado logo vai se convencer de que sou o melhor nome para enfrentar Lula”.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, reafirmou que o mercado financeiro “logo vai se convencer” de que ele é o melhor nome da oposição para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. A declaração foi feita nesta quinta-feira (11), em entrevista ao Irmãos Dias Podcast, após a reação inicial negativa dos investidores ao anúncio de sua pré-candidatura.

Segundo o senador, boa parte dos agentes econômicos vinha trabalhando com o cenário de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seria o candidato apoiado pelo bolsonarismo. A surpresa com seu nome, afirma, explica a oscilação das bolsas nos dias posteriores ao anúncio. “O mercado partiu do princípio de que a minha candidatura tem menos chances de ganhar do Lula do que a do Tarcísio. Em um curtíssimo espaço de tempo, todos vão ver que estavam equivocados”, disse.

Flávio argumenta que reúne atributos considerados relevantes por investidores e lideranças políticas, como experiência no Legislativo, articulação com a base de direita e ligação direta com o eleitorado fiel ao pai. “Eu tenho as características de todos os outros candidatos que estavam colocados anteriormente: experiência, força política e aceitação. E ainda trago o sobrenome Bolsonaro”, afirmou.

O senador reconheceu que dirigentes de partidos de centro-direita foram pegos de surpresa com sua indicação. Segundo ele, havia preferência em alguns grupos por nomes como Tarcísio de Freitas, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), ou o ex-governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Ainda assim, Flávio diz manter diálogo aberto com essas lideranças. “Eles ficaram um pouco impactados quando veio o nome Flávio Bolsonaro e não outros de maior preferência. Mas eu falei com todos que figuravam na lista e tive um bom diálogo”, relatou.

Sobre a construção de alianças para 2026, o senador afirma que as conversas estão em fase inicial e defende um movimento de unificação da centro-direita em torno de uma chapa única. Ele admite, porém, que partidos precisarão avaliar impactos regionais dessa composição, especialmente em estados onde aliados disputam espaço com siglas hoje integradas à base do governo Lula. “Ainda está cedo. Todo mundo está digerindo o fator Flávio Bolsonaro”, resumiu.

Flávio também afirmou que pesquisas divulgadas após o anúncio já indicariam aumento expressivo de intenção de voto em seu nome, o que, em sua avaliação, comprova a viabilidade eleitoral. Os levantamentos, porém, ainda não configuram cenário consolidado, já que o calendário eleitoral está em fase embrionária e outros nomes podem surgir no campo governista e na oposição.

Na agenda econômica, o pré-candidato procurou sinalizar ao mercado compromisso com reformas pró-crescimento, redução de burocracia e estímulo à iniciativa privada. Ele disse ter “plena convicção” de que reúne condições para derrotar Lula e prometeu, se eleito, priorizar medidas para destravar investimentos, incentivar a geração de empregos formais e “reduzir a dependência de milhões de brasileiros do Bolsa Família”. Detalhes de um eventual programa econômico, porém, ainda não foram apresentados.

Para o eleitor e para investidores, o lançamento de Flávio Bolsonaro como pré-candidato oficial do bolsonarismo antecipa o debate econômico da sucessão de 2026 e tende a intensificar a disputa por apoios no campo de centro-direita. Até lá, o desempenho da economia, o humor do mercado e a capacidade do senador de construir alianças e detalhar propostas serão fatores decisivos para medir se a previsão de que o “mercado vai se convencer” se confirmará na prática.

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