A Operação Rejeito, da Polícia Federal, que revelou fraudes em licenciamentos ambientais ligados à mineração em Minas Gerais, colocou o governo de Romeu Zema (Novo) sob forte pressão política. O caso envolve figuras associadas a Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Alexandre Silveira (PSD-MG) e já mobiliza oposição na Assembleia Legislativa (ALMG) pela instalação de uma CPI.
Deflagrada nesta semana, a operação prendeu empresários, lobistas e servidores de órgãos estaduais e federais, acusados de integrar um esquema que pode ter movimentado até R$ 18 bilhões. O grupo é suspeito de obter autorizações em áreas proibidas mediante pagamento de propina e influência política. Entre os presos estão Fernando Baliani, diretor da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), e Felipe Lombardi Martins, ex-assessor de Pacheco.
Deputados da oposição afirmam já ter 26 assinaturas para criar uma CPI na ALMG, acusando o governo Zema de omissão diante de denúncias anteriores. O governador demorou mais de 24 horas para se manifestar, mas afirmou que a Controladoria-Geral do Estado já tinha “suspeitas” e cobrou punições exemplares. O vice-governador Mateus Simões confirmou a exoneração de sete servidores.
No plano federal, parlamentares articulam uma CPI na Câmara para apurar também a responsabilidade de órgãos federais. Dois presos foram indicados por Alexandre Silveira: Caio Trivelatto, da Agência Nacional de Mineração (ANM), e Rodrigo Teixeira, ligado ao Serviço Geológico Brasileiro. O ministro disse ter ficado “surpreso” e defendeu as investigações. Já Pacheco afirmou que desconhecia as atividades de Lombardi após seu desligamento do Senado.
O episódio intensifica a disputa política em Minas no momento em que Zema tenta consolidar sua pré-candidatura à Presidência em 2026. O caso pode redesenhar alianças no estado, envolvendo desde críticas da oposição até a necessidade de explicações por parte de aliados estratégicos em Brasília.