Tarifa dos EUA ameaça economia brasileira enquanto PT investe em narrativa antiamericana
A imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, a mais alta entre 22 países notificados, revela um problema grave para a economia nacional — mas, para setores do PT, se torna oportunidade para fomentar o discurso “nós contra eles” e reforçar a retórica do imperialismo americano.
Nos bastidores governistas, a palavra de ordem é “encontramos mais um vilão”, com marqueteiros já moldando o tom para acusar Trump de agressão à soberania nacional. Economistas, porém, alertam: o impacto será profundo em setores como agropecuária, indústria e emprego.
O governador Tarcísio de Freitas acusa Lula de colocar “ideologia acima da economia” e perder tempo prestigiando ditaduras e defendendo censura, enquanto o mundo busca negociação. Romeu Zema afirma: “A conta da má gestão e da falta de diplomacia vai sobrar para quem trabalha e produz”. A deputada Bia Kicis responsabiliza diretamente o presidente: “A esquerda envergonha o país. Só existe um culpado: Lula!”. O senador Cleitinho defende o impeachment de Alexandre de Moraes, alegando que o STF teria agravado a crise diplomática com decisões autoritárias. O senador Flávio Bolsonaro diz que o governo petista vive de aumentos “insaciáveis” de impostos, comparando a taxação americana à postura arrecadatória local.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classifica a medida americana como “eminentemente política e insustentável”, afirmando que não há racionalidade econômica — lembrando que o Brasil tem déficit acumulado de mais de US$ 400 bilhões com os EUA nos últimos 15 anos. Analistas como Alexandre Schwartsman avaliam que o governo Lula pode se beneficiar politicamente, transformando o episódio em arma para mobilizar a base e se vitimizar: “É o presente perfeito para criar mais um inimigo externo e fortalecer a retórica nacionalista”, afirma.
Do lado americano, Trump justificou a tarifa alegando práticas desleais, alinhamento com o Brics e ataques à liberdade de expressão, referindo-se às decisões do STF que impuseram censura a redes sociais. O empresário canadense Chris Pavlovski, fundador do Rumble, celebrou abertamente a decisão, classificando-a como uma “defesa histórica da liberdade de expressão”.
Enquanto isso, setores produtivos, especialmente o agronegócio, temem prejuízos bilionários e aumento do desemprego. Economistas também projetam efeitos sobre o câmbio, com dólar mais caro e pressão inflacionária. Em meio a críticas, cresce a cobrança por uma diplomacia mais pragmática, capaz de proteger o comércio exterior e garantir estabilidade num cenário internacional cada vez mais competitivo e polarizado.