10 tendências que vão mexer com o mercado automotivo em 2026
Especialista aponta queda de preços, avanço das marcas chinesas e o impacto do 13º salário nas compras de carros
O ano de 2026 promete mudanças importantes no mercado automotivo brasileiro. Segundo o empresário Lucas Matias, fundador da Lucas Premium, boutique automotiva instalada no Brooklin, em São Paulo, os preços dos veículos devem recuar, impulsionados pela nova política de IPI para carros sustentáveis e pela entrada agressiva de marcas chinesas no país. A combinação desses fatores, somada ao 13º salário, pode transformar o último trimestre do ano em um momento estratégico para quem planeja trocar de carro.
O empresário, que está há 15 anos no mercado, lista 10 dicas para quem está interessado na compra ou troca do veículo ainda este ano.
Redução de IPI vai favorecer carros mais eficientes
A previsão de Lucas Matias é que, com o avanço do programa federal de incentivo à eficiência, veículos produzidos no Brasil e com baixo índice de emissão recebam redução ou até isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). “Essa política tende a pressionar os preços para baixo em várias faixas, sobretudo entre compactos e híbridos leves”, explica.
Modelos 2025 terão descontos no início de 2026
Com a chegada dos veículos modelo 2026, as concessionárias devem oferecer condições mais vantajosas para os modelos 2025 ainda em estoque. “É um movimento natural: o modelo 2025 passa a ser o ‘ano anterior’, mesmo sendo novo de fábrica. Isso abre margem para boas negociações no começo do ano”, diz Lucas.
Marcas chinesas vão acirrar a concorrência
O setor premium deve continuar recebendo novos players chineses, como BYD, GWM, Chery, Geely e Zeekr. “Essas marcas oferecem design sofisticado, tecnologia embarcada e preços até 30% mais competitivos que os europeus. O consumidor que antes só olhava para o alemão hoje já considera um chinês”, observa o empresário.
Consumidor mais racional e menos impulsivo
Para Lucas Matias, o brasileiro está comprando carro com mais planejamento. “O comprador atual pesquisa, compara e entende o custo de manutenção. Ele não busca só status, busca valor real.”
Avanço dos híbridos e elétricos
Com incentivos fiscais e maior oferta de modelos, a presença dos elétricos e híbridos deve crescer, ainda que em ritmo gradual. “O carro 100% elétrico avança no premium; no médio, o híbrido leve será o novo padrão”, afirma.
O 13º salário como impulso de compra
O fim do ano continua sendo um dos períodos mais aquecidos do setor. “O 13º salário injeta fôlego no consumo e costuma ser usado como entrada ou amortização do financiamento. Quem pesquisa desde outubro encontra os melhores negócios”, recomenda.
Carros usados devem manter valorização
Mesmo com a retomada da produção de 0 km, o mercado de usados segue forte. “Há procura por seminovos premium, blindados e de procedência garantida. O cliente quer segurança e transparência”, afirma Lucas.
Compradores buscam curadoria e não apenas preço
Lucas destaca que o consumidor de alto padrão valoriza o atendimento personalizado. “Em um cenário competitivo, vender carro é vender confiança. O cliente quer saber quem o atende e por que aquele carro é o ideal para ele.”
Tecnologia e conectividade ditam valor
Carros com sistemas de assistência, conectividade embarcada e atualizações over-the-air tendem a se valorizar. “Tecnologia virou critério de compra e de revenda. É o novo luxo automotivo”, resume.
Fabricantes brasileiros precisarão reagir
A entrada das chinesas e o novo perfil de consumidor exigem adaptação. “As marcas nacionais e tradicionais precisarão repensar suas estratégias, investir em eficiência, pós-venda e experiência de compra. O mercado está mais exigente e menos fiel”, conclui Lucas Matias.